sábado, 22 de novembro de 2014

Programação das atividades na E.E. Prof. José Edson Moysés "Dia da Consciência Negra"

ABERTURA

As atividades que incidiram no dia 20 de Novembro de 2014, Dia da Consciência Negra na Escola Estadual José Edson Moysés, foram marcadas por um cronograma rico e diversificado que prestavam várias homenagens e conscientizavam os alunos, como toda a comunidade, sobre a importância desta data para as relações étnico raciais entre as pessoas. 
A abertura foi realizada com a aluna Larissa Batista do 6º ano levando a Bandeira Brasileira para ser hasteada e em seguida todos em sinal de respeito entoaram o Hino Nacional Brasileiro.





Em seguida o Vice-diretor Ednilson Vidal fez um belíssimo discurso argumentando sobre a importância do dia e de como as tradições, além das heranças culturais e étnicas ajudaram na construção da sociedade miscigenada que faz parte da história do Brasil. 





Dando continuidade as atividades programadas à aluna Gabriela do 8 ano B fez a leitura do poema "O Negro" de Raul Bopp e à aluna Vanessa também do 8 ano B realizou a leitura da letra da música de Gilberto Gil "A mão da limpeza", ambas sob a orientação do professor de Língua Portuguesa Luiz Carlos da Silva.

Poema - O Negro de Raul Bopp

Pesa em teu sangue a voz de ignoradas origens.
As florestas guardaram na sombra o segredo da tua história.

A sua primeira inscrição em baixo-relevo

foi uma chicotada no lombo.

Um dia

atiraram-te no bojo de um navio negreiro.
E durante longas noites e noites
vieste escutando o rugido do mar
como um soluço no porão soturno.

O mar era um irmão da tua raça.


Uma madrugada

baixaram as velas do convés.
Havia uma nesga de terra e um porto.
Armazéns com depósitos de escravos
e a queixa dos teus irmãos amarrados em coleiras de ferro.

Principiou aí a sua história.


O resto

o que ficou para trás
o Congo, as florestas e o mar

continuam a doer na corda do urucungo.


Música - A mão da Limpeza de Gilberto Gil

O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Eta branco sujão

Prosseguindo a aluna Ana Regina do 9º ano B efetivou a leitura do discurso de Martin Luther King prevista na proposta curricular do caderno do aluno volume 2 de história e com a orientação da professora de Língua Portuguesa Suzi Miranda


Eu Tenho Um Sonho - Discurso de Martin Luther King, Jr.
Acesse o conteúdo completo em: http://www.stum.com.br/blog/b.asp?id=9800
Eu Tenho Um Sonho - Discurso de Martin Luther King, Jr.
Acesse o conteúdo completo em: http://www.stum.com.br/blog/b.asp?id=9800

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.

Voltando as atividades do dia houve uma belíssima apresentação do aluno Igor do 9º ano A, narrando a história da capoeira no Brasil, foi um discurso muito bonito e cheio de informações para que todos compreendecem as origens e as identidades culturais que a capoeira representou para o nosso país, sua didática teve orientação da professora de educação física Rose Viola que seguindo a proposta curricular soube desenvolver todas as habilidades e competencia sobre a capoeira como esporte e cultura em nosso país.
Ao fim da apresentação a E.E. José edson Moysés foi abrilhantada por uma magnífica roda de Capoeira, que se apresentou na unidade escolar a pedido dos nossos gestores.







Finalizando nossa programação foi servido um delicioso lanche a todos os alunos e convidados. Por fim foi desenvolvido um projeto contra o Bullying na escola e contra o racismo através do filme. O filme mostra várias situações sobre bullying, as pessoas tem que se alertarem mais sobre problema que não devemos cometer. Bullying é crime, mas isso acontece muito em escolas do mundo inteiro, nas escolas em qualquer lugar. O projeto foi desenvolvido pelo professor de geografia Vinícius e pela nossa mediadora Piedade e foi um sucesso entre os alunos dos 6º anos.


O evento foi muito gratificante e a E.E. José Edson Moysés gostaria de agradecer  também, fraternamente, a comunidade escolar que com dedicação, criatividade, autodisciplina, curiosidade intelectual e ética profissional vivenciam e compartilham dos desafios do aprendizado diário de se fazer da escola uma instituição democrática que se reconhece na adversidade cultural e cumpre o seu papel de produzir excelência educacional. 
A todos, que direta ou indiretamente, contribuíram com o nosso sonho de fazer da E.E. José Edson Moysés uma instituição inovadora e uma referência de ensino, nossa eterna gratidão.Desejamos aos parceiros e amigos que, caminharam conosco e esperamos continuar caminhando juntos.

"Toda manhã na africa, a gazela acorda. Ela sabe que precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões para sobreviver. Toda manhã um leão acorda. Ele sabe que precisa correr mais rapido que a mais lenta das gazelas senão morrerá de fome".
Não importa se você e um leão ou uma gazela. Quando o sol nascer, comece a correr.
Provérbio Africano











sexta-feira, 21 de novembro de 2014

REPRESENTAÇÃO DOS SENHORES DE ENGENHO E FAZENDEIROS CONTENDO O GRITO DE LIBERDADE ESPERADO PELOS NEGROS ESCRAVIZADOS NO BRASIL.

Manequim representando a repressão contra os escravizados, aprisionando o drito de liberdade - Elaborado por: Cordenadora Sonia de Castro, Vice-diretora Vitória Kateno e Professor Andrey Goes.


Protegidos por uma brutal legislação negra que permitia castigos, penas e maus tratos ao escravo, os fazendeiros e donos de engenho abusavam do direito de maltratar o negro, sendo eles chicoteados, presos a correntes de ferro a um cepo, obrigados a usar um colar de ferro (caso dos que tentavam fugir), etc. Na sua primeira fuga, o negro era castigado com cinqüenta chicotadas, e na segunda, com cem. Vários eram os instrumentos de punição: cangas, correntes, botas de ferro, colares e anjinhos, segundo Debret "um instrumento que servia para esmagar os polegares e de que se serviam os capitães-do-mato para fazer o negro confessar o nome e o endereço do seu senhor." Continua o viajante francês: "O colar de ferro, que tem vários braços em forma de ganchos, é o castigo aplicado ao negro que tem o vício de fugir. A polícia tem ordem de prender qualquer escravo que o use, e encontrado à noite, deixá-lo na cadeia até o dia seguinte. Avisado então, o dono vai procurar o seu negro ou o envia à prisão dos negros do Castelo." No julgamento dos negros que fugiram com Manuel Congo (condenado à morte), sete escravos foram condenados a 650 açoites cada um - 50 por dia - conforme mandava a lei e obrigados a andar três anos com o colar de ferro no pescoço.

Privação da liberdade, trabalho forçado e duros castigos são apenas alguns dos motivos que levavam os escravos a se rebelarem. Os primeiros levantes de escravos ocorreram na Bahia, em Salvador e no Recôncavo Baiano. A revolta dos Malês, em 1835, que ensangüentou as ruas da capital baiana, envolveu 1500 negros. Em 1789, houve uma fuga de escravos criolos na Fazenda Santana, em Ilhéus, na Bahia. Eles deixaram escritas suas reivindicações e ficaram dois anos escondidos no mato. Entre outras coisas, disseram: "Meu senhor, não queremos guerra, queremos paz.. Queremos permissão para trabalhar nas nossas roças nas sextas e no Sábado e no Domingo até brincar, folgar e cantar em todos os tempos que quisermos sem que nos impeça e nem seja preciso licença."



PROJETO: QUILOMBO - UM SIMBOLO DE RESISTÊNCIA A ESCRAVIDÃO

A partir da proposta do curriculo de ciências humanas na disciplina de história. Na situação de aprendizagem 5 - Quilombo: Um símbolo de resistência a escravidão. Foi proposto aos alunos a elaboração de maquetes representando um quilombo que era usado como simbolo de resistência para os negros escravizados à partir da planta do quilombo de São Gonçalo, em Paracatu-MG.


Com o auxilio da proposta no caderno do aluno a turma do 7º ano A, criaram maquetes de um quilombo para que as mesmas fossem expostas no Dia da Consciência Negra, onde com o auxilio do professor os mesmos fizeram explanaçõesarticulando sobre a luta tenas que os escravizados travaram para conquistar sua liberdade e manifestar sua cultura, além de ser um local onde produziam seu próprio alimento e também protegiam outros individuos da sociedade que sofriam represárias com homossexuais, prostitutas e outros.




















PROJETO HISTÓRIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA ATRAVÉS DE MAPAS


O objetivo principal deste projeto é estimular a aprendizagem dos alunos do 7º ano e 9º ano a compreenderem de onde veio e a importância do negro ao chegar no Brasil, além de evidenciar o que o mesmo deixou de herança cultural, social, politica e religiosa em nosso país e também instruí-los de que moramos em um país miscigenado. Esse projeto tem o intuito de que o mesmo quebre preconceitos e se relacione normalmente com as demais etnias e que através de exposições consiga estimular a mesma compreensão entre os demais alunos dentro do ambiente escolar.






quinta-feira, 20 de novembro de 2014

20 DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

“A luta pela liberdade dos negros brasileiros jamais cessou. Em 1971, um significativo capítulo de nossa história vinha à tona pela ação de homens e mulheres do Grupo Palmares. Lá do Rio Grande do Sul era revelada a data do assassinato de Zumbi, um dos ícones da República de Palmares. Passados sete anos, ativistas negros reunidos em congresso do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial cunharam o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra. Em 1978, era dado o passo que tornaria Zumbi dos Palmares um herói nacional, vinculado diretamente à resistência do povo negro.
Herdamos os propósitos de Luiza Mahin, Ganga Zumba e legiões de homens e mulheres negras que se rebelaram a um sistema de opressão. Lançaram mão de suas vidas a se conformarem com a prisão física e de pensamento. Contrapuseram-se ante às tentativas de aniquilamento de seus valores africanos e contribuíram com seus saberes para a fundação e o progresso do Brasil.
Orgulhosamente, exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Buscamos maior participação e cidadania para os afro-brasileiros e nos associamos a outros grupos para dizer não ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial.
Que este 20 de Novembro, assim como todos os outros, seja de muita festividade, alegria e renove nossas energias para continuarmos nossa trajetória para conquista de direitos e igualdade de oportunidades. Estejamos todos, homens e mulheres negras, irmanados nesta caminhada pela liberdade e pela consciência da riqueza da diversidade racial!”

Matilde Ribeiro
Ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial